terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Resgate do Post Morto-Vivo


Onde estão nossos heróis?

A possibilidade de que dois aviões se choquem no ar, em velocidade de cruzeiro, é de uma para cada 200 milhões de decolagens. A probabilidade de colisão entre dois submarinos nucleares é tão menor que é impossível chegar a uma conta. Existem apenas 400 embarcações desse tipo, e suas manobras são cercadas de sigilo. Um desses acidentes raríssimos ocorreu no início deste mês, quando dois submarinos nucleares - O inglês HMS Vanguard e o francês Le Triomphant - se chocaram no meio do Oceano Atlântico. Só se soube da trombada quando a embarcação inglesa chegou a um porto na Escócia com auxílio de um reboque, exibindo macas da colisão no casco, na semana passada. Não houve feridos nem danos ambientais, segundo informações oficiais. A simples ideia de um desastre envolvendo duas embarcações carregadas de armas nucleares, no entanto, é suficiente para sugerir cenários apocalípticos. Cada um dos submarinos acidentados pode carregar 48 ogivas nucleares e dezesseis mísseis balísticos, qua atingem alvos a distância entre Madri e Berlim. Cada uma das ogivas tem poder de destruição cinco vezes superior ao da bomba de Hiroshima, que aniquilou 140.000 pessoas. Apenas uma ogiva, portanto, poderia riscar do mapa uma cidade de 700.000 habitantes.

Trombada Nuclear (matéria de Veja - 25 de fevereiro. 2009 - Paula Neiva)

Para assombro de nosso sentido de autopreservação, são bastante numerosos os registros de acidentes naturais, ou antinaturais, que poderiam arrasar cidades, países, continentes. É então sensato poder dizer que “o mundo sempre está em risco”. Bem, na opinião deste redator, torna-se ainda mais temerária a noção de que ninguém vigia pela humanidade. Claro que a idéia de um tal superhomem, ou ainda superhomens, sempre vigilante é absurda, mas a questão se direciona para outra noção de infância, a da Organização das Naçõe Unidas. É muito fácil trazer a tona lembranças fortes de que a ONU era sim uma organização cheia de mandos e desmandos e cujos apontamentos eram temerários. Claro que a lembrança diz mais do que a verdade, porque as lembranças tendem a agir desse modo, mas havia acima de tudo respeito pela organização. Mas, assim como funcionam as regras na máfia, muito do poder do mundo vem através do respeito. E este resspeito ao poder da ONU foi completamente afogado pelo belicismo da era Bush. Vez seguida de vez, as decisões de invasões ao Afeganistão e ao Iraque, que ignoravam o posicionamento da ONU, minaram a capacidade de autonomia e respeito da organização. Agoniza então uma idéia fantástica de extrapolação das idéias da democracia para uma escala mundial e perdem todas as pessoas do mundo, que podiam caminhar, ainda que enganosamente, sentindo-se protegidas. Não surpreende a este redator a imagem vista este final de semana de mais ou menos 30 exemplares de “Previsões de Nostradamus” abandonados em um canto de um de um sebo de livros. A idéia que vem a cabeça é que as pessoas concluem “pra que saber dos desastres, estamos todos perdidos mesmo”.


Palavras de meio e fim: Este é um post antigo de um blog perdido, sem senha, sem rumo, agora apatriado por este blog, como um presidente hondurano em uma embaixada brasileira e sem orgulho.

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