terça-feira, 22 de setembro de 2009

Saindo dos Escombros.




Campo Morfogenético

Em evolução, campo morfogenético é o nome dado a um campo hipotético que explica a emergência simultânea da mesma função adaptativa em populações biológicas não-contígüas.

Segundo o holismo, os campos morfogenéticos são a memória coletiva a qual recorre cada membro da espécie e para a qual cada um deles contribui.

Os campos morfogenéticos agem sobre a matéria impondo padrões restritivos em processos de energia cujos resultados são incertos ou probabilísticos. Os Campos Mórficos funcionam modificando eventos probabilísticos . Quase toda a natureza é inerentemente caótica. Não é rigidamente determinada. Os Campos Mórficos funcionam modificando a probabilidade de eventos puramente aleatórios. Em vez de um grande aleatoriedade, de algum modo eles enfocam isto, de forma que certas coisas acontecem em vez de outras.

Resumidamente, “Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afinidades é que são responsáveis pela causa e efeito na aleatoridade dos indivíduos.”

A hipótese dos campos morfogenéticos foi formulada por Rupert Sheldrake.

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_morfogen%C3%A9tico


A idéia de campo morfogenético foi apresentada a este redator via quadrinhos, mais especificamente através das histórias do Homem-Animal, escritas por um escocês chamado Grant Morrison. Aquela época era um escritor completamente revolucionário. Suas histórias eram irremediavelmente não convencionais e fixavam-se no cientificismo absurdo. Resumidamente, as histórias tratavam da reinvenção de um personagem, que agora podia navegar nesta comunicação genética entre animais, e dela retirar qualquer uma das capacidades inerentes a um animal. A vontade de ler mais coisas com aquele mesmo ritmo e cheio de curiosos absurdos trouxe uma outra série, Patrulha do Destino, também reinventada, cuja primeira sequencia de histórias carrega o título desta coluna. "Crawling from wreakage", ou Saindo dos Escombros (a partir de um tradução livre, já que crawling pode também significar rastejando). Nela, sequencias de ação misturadas a conceitos e diálogos carregados de referências. Estas duas séries serviram como amostra de como havia uma gama enorme de informação a ser absorvida e como é que toda ela podia ser condensada, resumida, embutida nas histórias, nos contos, nas coisas todas. Ali, pequenas sementes de vontade de ler mais e mais haviam sido plantadas.

Warren Ellis, escritor inglês de conceitos geniais e idéias em velocidades absurdas sempre pregou a necessidade de absorção de informação. Leia tudo que esteja ao seu alcance. Leia revistas, leia livros, leia fofocas, leia clássicos, leia bulas, leia fórmulas. Leia tudo. A informação está ali para ser absorvida e transformada e quanto maior a quantidade de combustível, mais potentes serão as suas idéias. Portanto leia, leia em seu tempo livre, leia ao seu tempo não livre, leia em seu ponto de ônibus, leia em seu almoço, leia em seu banheiro, leia andando. Leia.

Harvey Keitel (o ator clássico de Quentin Tarantino) disse certa vez que se arrependia por ter aprendido o gosto pela leitura tão velho, aos seus trinta anos. Ele completava dizendo que só a partir daquele ponto ele havia virado um leitor compulsivo e o quanto era uma pena por todo o tempo perdido.

Em concordância com Harvey Keitel, resta a este redator a crescente e agonizante sensação de que o tempo é curto e informação escrita caminha na direção oposta, expandindo-se mais e mais. É simplesmente desanimador pensar que, entre a filtragem de toda a informação realmente importante e válida, nem 30% passará sob estas mãos. Caso fosse crível o axioma "a ignorância é uma bênção" então, como este redator gostaria que, naquela época, o cachorro que também morava a casa onde eram guardadas as coleções de gibis fosse um pouquinho mais criteriosos e devorasse todas as referências ao Grant Morrison e não ao Homem-Aranha e o Pato Donald.

Palavras de início:
É valido dizer que eu apenas considero justo que a tentativa de reerguer esta exposição habitual (assim espero) de idéias, nem sempre coerentes, chame-se Saindo dos Escombros. A ironia fica no ar de várias formas mas o divertido é que a maioria delas funciona só para mim. Fixo esta parte como uma mini-seção editorial para uma conversa possivelmente mais aberta. Entretanto, vou tentar, sempre que possível, omitir a primeira pessoa e manter uma certa distância da pessoalidade e das particularidades do redator. Considero prepotência demais achar que as pessoas devam se interessar pelo meu cotidiano, pra isso já existem os e-mails diretos, um relutante twitter, que busca sempre a terceira pessoa e as incomparáveis mesas de bar, que são direcionados as pessoas que gosto e que são as que devam realmente saber de tudo que se passa em torno desta redação. Hasta luego, assim espero.

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